Matías Defederico chegou ao Brasil com o status de um grande jogador e tido por alguns como ‘o novo Messi’, guardada as suas devidas proporções. Não teve sucesso no Corinthians, frustou aos seus investidores e, deixou o clube neste ano para tentar reencontrar seu futebol na Argentina. Os motivos de seu insucesso ninguém sabe mas, para o jogador, faltou apoio dos treinadores que passaram pelo Timão.

Em entrevista ao jornal La Nación desta terça-feira, Defederico, que é a grande aposto do Independiente na Taça Libertadores, ressaltou que faltou apoio dos treinadores para pudesse desempenhar um bom futebol, e que atuar ao lado de Ronaldo e Roberto Carlos lhe serviu muito.

- Faltou um treinador que me bancasse. Nas partidas que joguei não estive bem. Não me deram confiança. Era jogar mal um tempo e no intervalo me tiravam. O Corinthians é um clube grande. Eles passavam ao meu lado e nem me olhavam. Era difícil – declarou o jogador, que agora deverá ser o camisa 9 do Independiente.

“Me deram a 9 que pertencia a Pacheco(Gérman), mas ficaria encantado em usar a 20 como no Huracán, porém aqui, quem a usa é El Pelado Gómez (Martín). Vamos ver.”

Para o jovem jogador que se destacou no futebol ao lado de Javier Pastore no Huracán em 2009, um treinador que sabe lhe motivar, como Antonio Mohamed de seu atual clube, é fundamental em seu desenvolvimento. No entanto, confessou que teve atitudes que comprometeram seu desempenho no clube, como não obedecer taticamente o que os treinadores lhe pediam.

- Creio que uma das coisas que aconteceu comigo foi esta (desobedecer taticamente o treinador). Tive três treinadores e nenhum me colocou para na jogar na posição que gostava. Eu me colocava mais para trás, de enganche, e, quem sabe, ao treinador isto não caia bem – confidenciou o jogador ao jornal Olé, que se classificou como um jogador caprichoso, por não ter obedecido aos treinadores.

Com relação a suas perspectivas para 2011, o ex-corinthiano confidenciou que sonha em disputar a Copa América 2011, que será disputada na Argentina, e realizar uma boa Libertadores com o Rojo.

- Sempre sonhamos com estas coisas (disputar a Copa América). Mas, hoje eu tenho que mirar no Independiente, e fazer um bom trabalho. Tenho que trabalhar duro no Independiente e fazer bem as coisas. Depois, isso vem sozinho.

Declarado torcedor do Independiente desde os quatro anos de idade, Defederico, atuando pelo Huracán no torneio Clausura 2009, marcou um golaço contra o Racing Club, maior rival do El Rojo.
Confira na imagem, como o camisa 20 Defederico acompanha a jogada próximo ao grande círculo(ao lado do árbitro) e vindo de trás, chega a área adversária para realizar bela trama individual e empatar a partida, que terminaria com vitória do Huracán por 4 a 1.
Detalhe tático: Observem como Javier Pastore e Defederico ocupam a ‘mesma linha’ ou se alternam (ora um, ora o outro está mais a frente), dentro do 4-3-2-1 organizado pelo D.T. Angel Cappa. É o que se chama na argentina de esquema tático que possibilita a utilização de um doble enganche (dois meias se alternando na tarefa de criação das tramas ofensivas). ↓




Gol de Defederico ↑

“Ao se sentir importante e mimado, rende como ontem*, um fenômeno.”
(Nestor Apuzzo, ex-coordenador das divisões de base do Huracán, se referindo a bela atuação de Defederico na goleada do Huracán sobre o Racing, pela 2ª rodada do Clausura 2009)

Confira o que disse Mano Menezes sobre Defederico, após os primeiros treinos do jogador argentino no Corinthians, em setembro de 2009:
“Com o Defederico como enganche, o time só pode ter dois atacantes, e não três. Ele tem mais mobilidade e habilidade do que o Douglas e preciso obedecer às características do jogador.”

“No primeiro momento, jogamos como na época em que tínhamos o Douglas, mas o Deferico não tem tanta força. Ele é mais atacante do que armador, embora enxergue bem o posicionamento dos outros jogadores.”

“É um jogador de 20 anos que não tem a base física dos outros porque lá na Argentina eles não trabalham tanto o físico. Ele vai estar cansado, vai faltar força”

“Ele tem condições de ser o camisa 10 que esperamos.”

Provável posicionamento tático de Matías Defederico no 3-4-1-2 do Independiente dirigido por Antonio Mohamed.
O jogador vem executando e agradando ao treinador, exercendo a função de único enganche.
Em sua estréia pelo El Rojo, durante a ‘Copa de Oro’ (Torneio triangular de Verão), Defederico dividiu esta função como o camisa 10 e também enganche, Patrício Rodríguez, como fazia nos tempos de Huracan, em parceria com Javier Pastore.



"Me ponían más de delantero.Y yo soy enganche,me gusta ser enganche.Así jugaba en inferiores”.
Matías Defederico, em 2009, quando iniciava a temporada com o treinador Ángel Cappa e retornava ao posicionamento tático que mais lhe agrada jogar.

Fonte: Futebol Argentino - GE -